
Por vezes sinto-me como um barco que pensa ter ancorado num cais e sonha que ainda lá está, mas na verdade as amarras já se partiram no meio de um temporal qualquer. E o cais, pela sua natureza, jamais sairá do lugar para ir ao encontro no meio do mar. Sou um barco à deriva, com os elos da âncora partidos. O vento e a tempestade adormeceram a madeira, que já não distingue se é contra rocha que bate ou areia macia. Tenho esperança que entretanto o mar embale-me, cuide de mim,que sare as minhas feridas e devolva-me o que a tempestade tirou-me. Então depois faça-me ver a praia que criou para mim, para ser a minha casa.
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